Terralva, 1 de Fevereiro
Estou a ver na televisão um programa sobre mulheres. Achei graça porque vou participar num colóquio, com uma intervenção para animar o debate sobre O papel da mulher no Poder.
Lembrei-me (como se isto fosse raro...) de te escrever, porque os depoimentos de muitas mulheres vão no sentido de opiniões que tens expressado. Umas a dizer que pensaram, ou pensam, ter filhos independentemente de casarem. Outras a dizerem que a importância que atribuem à carreira profissional impede-as de casarem e constituírem família, porque precisam de muito tempo para desenvolverem a sua carreira. Entre estas, foi engraçado, apareceu uma minha amiga e colega de liceu, que é professora universitária e investigadora científica, com quem jantei há uns tempos, e que está mais jeitosa do que era.
Tenho tido tanta vontade de te contactar! Apetece-me trocar impressões contigo sobre tantas coisas e tão frequentemente...
Agora sinto-me só, e a solidão agora custa e dói.
Sinto tanta falta de estar com mulher, mas não com uma qualquer, só me apetece estar contigo. Não poder estar contigo é muito complicado, faz-me sentir desorientado, triste, sem pachorra para as pessoas e para muitos assuntos. Apetece-me fazer asneiras, mas não sou capaz. Acabo por fazer uma vida aparentemente normal. Mas é só aparente, ou talvez nem isso seja, porque as pessoas reparam na minha tristeza e comentam-na.
Não estou a fazer drama, nem me estou a armar em vítima. Não quero nem uma coisa nem outra. Nem me sinto desgraçado. Há tanta gente com estes e outros problemas e sobrevive. O que custa é sentir que a felicidade andou (anda?) aqui por perto e eu não a consigo agarrar.
Isso faz-me sentir confuso. Em que é que eu falhei? - Porque não tenho jeito, porque não consigo compreender suficientemente a mulher por que me enamorei e porque não sou capaz de te fazer interessar por mim, de forma a apaixonares-te por este louco.
Fui-me sentindo tentado por ti, deixei que as coisas corressem livremente e, quando dei por mim, estava enamorado e apaixonado por ti. Isso deu-me muito gozo. A pouco e pouco também tu foste sentindo algum interesse por mim, gostando de estar, de vez em quando, comigo, achando-me charmoso, até ao ponto de dizeres que pensavas em mim, que te apetecia estar comigo, que namorávamos, que me amavas.
Tudo isso estava a ser tão bom, pelos vistos, bom de mais...
Assim, foi natural que me tivesse convencido que a nossa relação se estava a aprofundar e a reforçar. Iludi-me? Foi tão mau assim aqueles dois dias que passámos juntos que te fizeram recuar imediatamente? Ao menos se tivesses dito isso... assim não, as razões que apresentaste para acabar não justificam a tua decisão, por melhor que eu as compreenda.
Diz-me quais são, efectivamente, as razões da tua decisão. Só com razões convincentes eu desistirei de ti, por mais doloroso que isso seja, e está a ser.
Quero-te demais, para, assim sem mais nem menos, aceitar a tua retirada e desistir de ti e de tudo o que sinto por ti.
Adoro-te!
Estou a ver na televisão um programa sobre mulheres. Achei graça porque vou participar num colóquio, com uma intervenção para animar o debate sobre O papel da mulher no Poder.
Lembrei-me (como se isto fosse raro...) de te escrever, porque os depoimentos de muitas mulheres vão no sentido de opiniões que tens expressado. Umas a dizer que pensaram, ou pensam, ter filhos independentemente de casarem. Outras a dizerem que a importância que atribuem à carreira profissional impede-as de casarem e constituírem família, porque precisam de muito tempo para desenvolverem a sua carreira. Entre estas, foi engraçado, apareceu uma minha amiga e colega de liceu, que é professora universitária e investigadora científica, com quem jantei há uns tempos, e que está mais jeitosa do que era.
Tenho tido tanta vontade de te contactar! Apetece-me trocar impressões contigo sobre tantas coisas e tão frequentemente...
Agora sinto-me só, e a solidão agora custa e dói.
Sinto tanta falta de estar com mulher, mas não com uma qualquer, só me apetece estar contigo. Não poder estar contigo é muito complicado, faz-me sentir desorientado, triste, sem pachorra para as pessoas e para muitos assuntos. Apetece-me fazer asneiras, mas não sou capaz. Acabo por fazer uma vida aparentemente normal. Mas é só aparente, ou talvez nem isso seja, porque as pessoas reparam na minha tristeza e comentam-na.
Não estou a fazer drama, nem me estou a armar em vítima. Não quero nem uma coisa nem outra. Nem me sinto desgraçado. Há tanta gente com estes e outros problemas e sobrevive. O que custa é sentir que a felicidade andou (anda?) aqui por perto e eu não a consigo agarrar.
Isso faz-me sentir confuso. Em que é que eu falhei? - Porque não tenho jeito, porque não consigo compreender suficientemente a mulher por que me enamorei e porque não sou capaz de te fazer interessar por mim, de forma a apaixonares-te por este louco.
Fui-me sentindo tentado por ti, deixei que as coisas corressem livremente e, quando dei por mim, estava enamorado e apaixonado por ti. Isso deu-me muito gozo. A pouco e pouco também tu foste sentindo algum interesse por mim, gostando de estar, de vez em quando, comigo, achando-me charmoso, até ao ponto de dizeres que pensavas em mim, que te apetecia estar comigo, que namorávamos, que me amavas.
Tudo isso estava a ser tão bom, pelos vistos, bom de mais...
Assim, foi natural que me tivesse convencido que a nossa relação se estava a aprofundar e a reforçar. Iludi-me? Foi tão mau assim aqueles dois dias que passámos juntos que te fizeram recuar imediatamente? Ao menos se tivesses dito isso... assim não, as razões que apresentaste para acabar não justificam a tua decisão, por melhor que eu as compreenda.
Diz-me quais são, efectivamente, as razões da tua decisão. Só com razões convincentes eu desistirei de ti, por mais doloroso que isso seja, e está a ser.
Quero-te demais, para, assim sem mais nem menos, aceitar a tua retirada e desistir de ti e de tudo o que sinto por ti.
Adoro-te!