Terralva, 25 de Janeiro
Aqui volto novamente a escrever-te e a interrogar-me porque o faço, para quem o faço.
Faço-o porque sinto necessidade de expressar o que sinto, para que tenha possibilidade de racionalizar os meus sentimentos, para ti, que te amo perdidamente.
Cheguei agora de viagem, a casa. No caminho, reparei, às tantas, que vinha a cento e sessenta quilómetros à hora. Reflecti um pouco e abrandei. Percebi que o estava a fazer não por ter pressa mas porque a vida para mim, neste momento, não faz muito sentido. Pela mesma razão não sinto necessidade de ter cuidado com o que como e bebo, mesmo sabendo que me faz mal. Apesar de tudo isso, abrandei.
Fui, a correr, transmitir a um amigo uma notícia desagradável de que tive conhecimento. Soube que lhe pretendem fazer uma canalhice. Não resisti, tive de lhe ir falar, pô-lo ao corrente do que estão a preparar para lhe fazer.
Há dias, encontrei um amigo que me contou que a filha e outros colegas , tendo sentido que estavam a ser tratados injustamente por uma entidade socio-religiosa, foram falar com o bispo, e este, ouvindo o relato dos jovens, tê-los-á aconselhado a sujeitarem-se ao que o responsável por aquela entidade pretendia, dizendo-lhes que os alentejanos dão muita importância à dignidade, mas que ele, não sendo alentejano, prefere viver a manter a dignidade.
Isto revolta-me! A canalhice e a falta de dignidade, venham elas de onde vierem. É uma vergonha!
Estou dormente, sem rumo, mas hipersensível, com um sentido agudo de justiça e de dignidade.
Custa-me acomodar perante a tua decisão de pôr fim à nossa relação pelas razões que invocaste. Apetece-me ir à luta, demonstrar-te que estás errada, que o caminho não é esse. Mas o respeito por ti, pelas tuas opiniões e decisões travam-me.
Quero-te! Mas quero-te de corpo inteiro e de alma aberta. Não te quero condicionada. Tenho um enorme respeito pelos outros, e por ti em especial, e isso obriga-me a respeitar a tua vontade por mais errada que a considere. Tenho um elevado nível de dignidade e isso impede-me de me ajoelhar e pedir-te que reconsideres.
Desculpa a baralhada. É o reflexo do meu estado de espírito. Mas isto entra nos eixos. A bem ou a mal, ou seja, ou voltas atrás na tua decisão, a tempo, de podermos retomar e fruir tudo o que a nossa relação nos pode proporcionar, ou manténs a tua decisão e terei de reaprender a viver, ou melhor dizendo, a sobreviver sem ti.
Quem me dera que preenchesses o buraco que abriste no meu coração! Tenho tanto para te dar, quero dar-te tanto! Sou teu! Até sempre.
Aqui volto novamente a escrever-te e a interrogar-me porque o faço, para quem o faço.
Faço-o porque sinto necessidade de expressar o que sinto, para que tenha possibilidade de racionalizar os meus sentimentos, para ti, que te amo perdidamente.
Cheguei agora de viagem, a casa. No caminho, reparei, às tantas, que vinha a cento e sessenta quilómetros à hora. Reflecti um pouco e abrandei. Percebi que o estava a fazer não por ter pressa mas porque a vida para mim, neste momento, não faz muito sentido. Pela mesma razão não sinto necessidade de ter cuidado com o que como e bebo, mesmo sabendo que me faz mal. Apesar de tudo isso, abrandei.
Fui, a correr, transmitir a um amigo uma notícia desagradável de que tive conhecimento. Soube que lhe pretendem fazer uma canalhice. Não resisti, tive de lhe ir falar, pô-lo ao corrente do que estão a preparar para lhe fazer.
Há dias, encontrei um amigo que me contou que a filha e outros colegas , tendo sentido que estavam a ser tratados injustamente por uma entidade socio-religiosa, foram falar com o bispo, e este, ouvindo o relato dos jovens, tê-los-á aconselhado a sujeitarem-se ao que o responsável por aquela entidade pretendia, dizendo-lhes que os alentejanos dão muita importância à dignidade, mas que ele, não sendo alentejano, prefere viver a manter a dignidade.
Isto revolta-me! A canalhice e a falta de dignidade, venham elas de onde vierem. É uma vergonha!
Estou dormente, sem rumo, mas hipersensível, com um sentido agudo de justiça e de dignidade.
Custa-me acomodar perante a tua decisão de pôr fim à nossa relação pelas razões que invocaste. Apetece-me ir à luta, demonstrar-te que estás errada, que o caminho não é esse. Mas o respeito por ti, pelas tuas opiniões e decisões travam-me.
Quero-te! Mas quero-te de corpo inteiro e de alma aberta. Não te quero condicionada. Tenho um enorme respeito pelos outros, e por ti em especial, e isso obriga-me a respeitar a tua vontade por mais errada que a considere. Tenho um elevado nível de dignidade e isso impede-me de me ajoelhar e pedir-te que reconsideres.
Desculpa a baralhada. É o reflexo do meu estado de espírito. Mas isto entra nos eixos. A bem ou a mal, ou seja, ou voltas atrás na tua decisão, a tempo, de podermos retomar e fruir tudo o que a nossa relação nos pode proporcionar, ou manténs a tua decisão e terei de reaprender a viver, ou melhor dizendo, a sobreviver sem ti.
Quem me dera que preenchesses o buraco que abriste no meu coração! Tenho tanto para te dar, quero dar-te tanto! Sou teu! Até sempre.