Louco por ti
Zé gosta e procura compreender o que se vai passando consigo. Foi isso que o levou, a partir de certa altura, a escrever o que sentia por ela, como via a relação que mantinham e o que desejava dela.
24
Jan 06

Terralva, 24 de Janeiro

Acabou! Ainda nem caí em mim. Acho que, no mais fundo do meu íntimo, admitia que era isso que ia acontecer, Mas recusava-me a aceitar que seria isso que estava para acontecer.
Andava a tentar resistir à tentação de te telefonar, mas hoje vi-te e tornou-se claro para mim que tinha de falar contigo, tinha de saber o que se estava a passar.
Acabamos agora mesmo de falar. Nem agora, nem há pouco quando te telefonei a primeira vez, disseste o teu tão característico “olé!”, nem soltaste a tua gargalhada.
Respondeste num tom de forçado frio. Não perdeste tempo, e ainda bem, em dizer que tinhas algo a dizer-me que não era agradável. Ainda perguntaste se queria ouvir, um pouco hesitante. Naturalmente que respondi que sim, que queria ouvir, que não importava se era desagradável, que o que importava era que fosse sentido e sincero.
Então leste-me (tão bem, tão bonito que só foi pena não ser uma declaração de amor) o que tinhas escrito: que, apreciando as coisas, as diversas implicações da nossa relação, a importância que atribuis à tua carreira, o não gostares de confusões nem de relações meio encobertas, tinhas decidido pôr fim à nossa relação, embora gostasses muito de mim, concluindo que era melhor nada mais dizeres.
Dito isto, e depois de uns momentos de silêncio, disse-te, que perante a conclusão a que tinhas chegado, nada mais havia a dizer.
Respondeste que não tinha que ser assim, que aquela conclusão podia ter outro sentido.
Disse-te então que o que me leste podia ser entendido de duas maneiras: a mais simples para ti, era a de teres concluído que o afecto, os sentimentos que sentias por mim não te terem envolvido tanto quanto chegaste a admitir; a outra, mais complexa e, eventualmente, dolorosa, era a de quereres fugir de sentimentos fortes.
Disse-te ainda que essa tua decisão em nada afectaria o nosso outro relacionamento, porque acredito, como algumas vezes te disse, nas tuas potencialidades, considero que as tuas capacidades serão importantes para a Organização, e para mim mesmo, na colaboração com que espero poder continuar a contar.
Disse-te, finalmente, que te amo, que não esperava apaixonar-me tão depressa nem tão perdidamente (aqui com um duplo sentido), que gostei muito de namorar contigo, que não dava por mal empregue um só segundo que passei contigo. Que fico com um buraco muito grande no meu peito por te perder.
Desejei-te, sinceramente, que fosses feliz ou, mais correctamente, que tivesses momentos de felicidade se fosses capaz, e, a rir-me, que isso acontecesse comigo.
Enfim, acho que não quis nem quero admitir que a tua conclusão seja definitiva.
Ou eu já não consigo conhecer e compreender as pessoas, ou tu és uma excelente actriz, não me tendo deixado conhecer-te minimamente.
Na segunda hipótese dou-te os parabéns e sugiro-te que consideres aquela outra carreira.
Mas se ainda mantenho alguma capacidade de conhecer as pessoas e de as compreender, posso-te garantir que não será fácil para ti manter essa decisão, por mais que fujas de mim. O tempo o dirá. Espero que não demore muito.
A não ser que rapidamente te deixes atrair por outro, que satisfaça minimamente as tuas exigências, espero que chegues a outra conclusão. Não acredito que fingisses quando me dizias que gostas muito de mim, que a minha companhia te é agradável e gratificante, e, até, que me amas também.
Se me amavas, ainda me amas. Se estavas num processo de crescente ligação a mim, este corte não vai ser só doloroso para mim.
Para mim é muito doloroso. O sentimento de perda não dói apenas porque não te conquistei, e isso me amachuca o ego, mas essencialmente, porque te perco, porque perco a pessoa de quem me enamorei, quase sem dar por isso, de quem me apaixonei louca e perdidamente, a quem amo com tanta ternura, com quem sonhei passar momentos de felicidade.
Como disse no princípio, ainda não caí em mim, não quero acreditar que seja verdade, recuso-me a aceitar que seja definitivo.
Que faço agora? Sinto-me perdido, sem rumo. Fico à tua espera? Vou para o engate, utilizar quem não tem culpa dos meus desgostos? Volto a empedernir-me, fugindo da paixão e do amor? Afogo-me ainda mais no trabalho?
Esperam-me tempos difíceis. Saberei, como sempre tem acontecido, encontrar solução, caminho para continuar a vida.
Não contava, tão cedo, ter de gerir mais um grande desgosto de amor.
AMO-TE! Até sempre.
publicado por jmartinsdocabo às 21:07
Janeiro 2006
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